O maior medo dos empreendedores é o endividamento de sua empresa. O que é bastante comum devido ao sonho de ver seu negócio em um patamar de sucesso.
Para que uma empresa possa expandir suas operações e consiga atender uma demanda maior, é necessário que ela realize investimentos. Esses investimentos podem ser destinados à aquisição de novas tecnologias, ampliação do espaço físico, contratação de mais profissionais, obtenção de máquinas mais produtivas, etc. E tudo requer recursos financeiros.
É quase impossível que a empresa cresça e se consolide no mercado sem que haja condições que suportem esse desenvolvimento.
Um negócio só crescerá com capital de giro disponível para ser reinvestido. Para que isso ocorra, é necessário que não haja endividamento empresarial em excesso.
Existem diversos aspectos a serem considerados quando se trata de endividamento. Nesse post você entenderá melhor sobre o assunto e como afastá-lo do seu negócio.
O que é endividamento?
Os significados de endividamento são muitos e pode até parecer óbvio para se explicar, mas não é bem assim.
Quando é relacionado a empresa, trata-se da medida do passivo exigível da própria instituição. Ou seja, trata-se do total de dívidas a serem pagas de uma empresa.
Esse mesmo conceito também é aplicado às finanças pessoais, que estão diretamente ligadas à inadimplência e à negativação no Serasa e no SPC, por exemplo; e às finanças públicas, como parte da análise das dívidas de um governo.
O dicionário classifica o endividamento como o aumento das dívidas de uma pessoa ou de uma empresa.
Um empreendedor de primeira viagem poderá acreditar que é devido ao acúmulo de dívidas que uma empresa não consegue crescer e se consolidar no mercado. E de fato não é uma crença equivocada.
De modo geral, o termo refere-se a empresas que se sustentam por meio de empréstimos, que dependendo da situação, a longo prazo ou médio prazo, poderá comprometer severamente o seu capital de giro e toda a saúde financeira de seu negócio.
Se tratando de endividamento empresarial, estamos nos referindo a uma forma de avaliar a saúde financeira de uma companhia, com base na relação entre passivos exigíveis – o valor das suas dívidas – e ativos, revelando qual é a capacidade da empresa para cumprir com suas obrigações de pagamento.
É importante ressaltar que endividamento é diferente de inadimplência. Não confunda os termos.
Uma empresa com alto grau de endividamento, não é obrigatoriamente uma empresa inadimplente. A inadimplência ocorre quando a empresa não cumpre com a obrigação no prazo acordado.
Outra situação que existe é a insolvência. É a situação em que a empresa endividada tem mais passivos exigíveis do que ativos. Neste caso, mesmo que exista a intenção de cumprir com as obrigações de pagamento, não há recursos suficientes. A insolvência pode eventualmente ser solucionada, mas sua existência é um sinal grave de uma saúde financeira ruim.
O que pode causar o endividamento?
De forma geral, o endividamento se dá pela falta de práticas ou falhar em relação à gestão financeira pela falta de conhecimento sobre ela.
Ter a necessidade de empréstimos para que a empresa opere é um alerta que não pode ser ignorado. Um empreendimento que chega a essa realidade está numa situação grave e precisa urgentemente curar a sua situação financeira.
Essa situação pode ter diversas causas, entre elas podemos citar as principais:
- Falta de capital de giro;
- Falta de conhecimento ou erros de cálculo referente aos custos de produção;
- Má gestão de estoque;
- Uso indevido de matérias-primas;
- Horas extras em excesso;
- Falta de análises sistemáticas de processos, operações e dados;
- erro na margem de lucro;
- atraso em pagamento de dívidas, entre outras.
Como calcular o Índice de Endividamento de sua empresa
O Índice de Endividamento Geral indica quanto dos ativos da empresa estão sendo financiados por capital de terceiros.
Para o cálculo é necessário contar com o auxílio do Balanço Patrimonial emitido pela contabilidade de sua empresa:
- ativos são direitos;
- passivos são obrigações;
- curto prazo é o ano corrente;
- longo prazo são os anos seguintes.
Segue a fórmula:
EG = (Capital de Terceiros / Ativos) x 100
Quanto menor for o resultado, melhor para a empresa.
O endividamento é sempre ruim?
Ao contrário do que pensamos, nem sempre um alto grau de endividamento da empresa é sinal de perigo.
Fazer uma dívida pode ser sinal de investimento. Pode ser a solução para levantar recursos necessários e assim, gerar mais receita no futuro.
Imagine a seguinte situação: Uma empresa X quer tornar uma multinacional, instalando uma filial na Argentina. No entanto, ela não tem os recursos disponíveis para realizar esse projeto. Então, decide emitir títulos de dívida e vendê-los a investidores.
Com a venda desses títulos, ela se compromete a devolver o valor recebido com juros num prazo futuro. Com isso, ela contraiu uma dívida e aumentou seu índice de endividamento.
Em contrapartida, se torna possível a sua nova filial e posteriormente a empresa irá faturar e lucrar mais. Ao final do projeto, quando sua filial da Argentina estiver operando e gerando receita, os ativos da empresa aumentarão em relação aos passivos exigíveis, e o endividamento irá se equilibrar.
Ter dívida pode ser um bom sinal. É claro que nas possibilidades e de um cenário vantajoso. A dívida bem planejada e que é feita para se investir é bem-vinda!
Como podemos perceber, existem casos em que um nível alto de endividamento é benéfico para a empresa. Porém, é necessário analisar o contexto de maneira mais ampla, e não isoladamente o número apresentado.
A dívida do bem não ocorre para “tapar buracos” que foram gerados por uma má gestão de recursos.
E vale salientar que mesmo sendo um “endividamento do bem” deve ser realizado de maneira planejada e com limites para que não venha a se tornar um problema grave no futuro.
Concluindo
Quando o assunto é endividamento, automaticamente um alerta de perigo é ligado. O que é muito fácil de se compreender, afinal nenhuma empresa deseja se afundar em dívidas.
O que mais tem no mercado são empresas que faliram devido às dívidas, mas também muitas que conseguiram se recuperar e sair do vermelho.
O importante é que agora você consegue entender melhor sobre as causas e como o endividamento pode ser analisado.
Vale ressaltar que sem planejamento financeiro e orçamentário nenhuma empresa consegue sair do buraco. Vale investir e implementar processos para uma gestão financeira eficiente.
Portanto, se você ainda não começou o planejamento financeiro de sua empresa, comece agora. Ainda é tempo de realizar a análise e verificar como anda endividamento de sua empresa.